terça-feira, 13 de julho de 2010

então,

eu fui lá fora de camisola e fiquei olhando pra cima, olhando pra noite, e não tinha muita coisa pra fazer. deixei o olhar cair morto, descansando. foi aí que eu as percebi, pequeninas e silenciosas, caminhando nas telhas do portão. ah, como eu odeio formigas! mas aquelas eram diferentes.
de início eu não soube dizer bem o que acontecia: se formigas não têm pelos, como é que elas podiam estar com uma aura em torno de si? mesmo estando contra a luz do poste não fazia muito sentido um brilho daquele.
então eu resolvi apelar para a magia - na verdade aquelas eram formigas brilhantes. é, brilhantes tipo com alguma propriedade que as faça brilhar, eu sei lá. aí eu lembrei que os vagalumes brilham e não são seres mágicos, não são nem mesmo tão especiais. bem, isso não me ajudou muito a focar na 'magia' da coisa. resolvi chamá-las de 'reluzentes'. eu já começara a me frustrar.
o que é que eu diria a você? que motivo excepcional justificaria a minha notícia de haverem formigas reluzindo nas telhas do portão? que coisa comum!
bem, percebi que não havia mesmo escapatória, eu teria de ser sincera:
havia umas vinte ou trinta formigas transitanto comumente pelo telhado, fazendo coisas comuns com suas anteninhas comuns sob a luz laranja de um poste comum. e mesmo assim eu tenho certeza que você adoraria estar ali para tê-las fotografado!

como são desesperadas e feias as formigas! vai ver elas perderam um grande amor.

2 comentários:

  1. como é prazeroso ler uma historia dessa numa madrugada chata, fria e silenciosa... me deu uma profunda vontade de olhar pela janela e, não de camisola claro, tentar apreciar algumas formigas em algum lugar desse quintal...

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  2. "como são desesperadas e feias as formigas! vai ver elas perderam um grande amor!"

    vai ver elas so querem não o ter o que pensar também,por isso o desespero rs

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